Friday, July 21, 2006

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Os mais famosos presos da história bíblica
(Revista Ultimato)

A Epístola aos Hebreus faz questão de registrar que alguns heróis da fé da antiga aliança foram “acorrentados e jogados na cadeia” (Hb 11.36, NTLH). E Jesus deixou claro que seus discípulos poderiam ser também perseguidos e presos (Lc 21.12). Não é pequeno o número de personagens bíblicos que foram parar em prisões. Os mais notáveis são:

José
Potifar, oficial de faraó e capitão da guarda, acreditou na calúnia de sua esposa e lançou José, o administrador de seus bens, na prisão destinada aos “prisioneiros do rei”. A palavra “prisão” no original hebraico permite que se chame esse lugar de “masmorra” (RA, TEB) ou “calabouço” (NVI, BP). Não se sabe por quanto tempo José ficou preso. Teria menos de 30 anos de idade na ocasião. O filho de Jacó e Raquel era um detento tão simpático e abençoado por Deus que se tornou, a mando do carcereiro, responsável por todos os demais presos (Gn 39.20-23).

Jeremias
Por anunciar o juízo iminente de Deus contra a nação, por meio de Nabucodonosor, rei da Babilônia, o profeta Jeremias foi espancado e preso numa casa transformada em prisão. O profeta foi colocado numa “cela subterrânea da prisão” (NVI), numa “cela cavada na terra” (NTLH), num “calabouço abobadado” (BJ) ou no “interior de uma cisterna” (TEB). Jeremias trocou de prisão algumas vezes. Depois de “muito tempo” na cela subterrânea, o profeta foi transferido para o pátio da guarda. Por continuar a proclamar que Jerusalém certamente seria entregue ao exército do rei da Babilônia, o preso foi lançado por meio de cordas para dentro de uma cisterna na qual não havia água, mas somente lama. Pouco tempo depois, o rei Zedequias ordenou que o retirassem da cisterna antes que ele morresse e o colocou no pátio mais uma vez.

Quando se deu a queda de Jerusalém, o comandante da guarda imperial de Nabucodonosor libertou Jeremias das correntes, deu-lhe provisões e um presente. Era o mês de julho de 586 antes de Cristo (Jr 37.1–40.6).

João Batista
Por ter denunciado a relação incestuosa de Herodes Antipas, o tetrarca, com Herodias, sua sobrinha e cunhada, João Batista, o precursor de Jesus, foi encarcerado. Algum tempo depois, a jovem Salomé, filha de Herodias, por sugestão da mãe, pediu ao tio que lhe desse num prato a cabeça de João Batista. Então, o tetrarca mandou decapitar João na prisão. A cabeça do morto foi entregue à jovem, que a levou à sua mãe, e o corpo sem a cabeça foi entregue aos discípulos de João para ser sepultado (Mt 14.1-12).

Paulo
Antes de ser preso várias vezes e em diferentes lugares (Filipos, Jerusalém, Cesaréia e Roma) e antes de sua dramática conversão no ano 35 da era cristã, provavelmente aos 30 anos de idade, Paulo fez com os primitivos cristãos o que mais tarde outros fariam com ele. Em sua fúria descontrolada, o jovem Saulo ia atrás dos cristãos de casa em casa, de sinagoga em sinagoga, tanto em Jerusalém como em cidades estrangeiras, e “arrastava homens e mulheres e os lançava na prisão” (At 8.3; 22.4; 26.10). A primeira prisão de Paulo, ocorrida em Filipos por ocasião da primeira viagem missionária, é quase uma piada. Embora detido no cárcere interior (o mais distante da porta) e com os pés colocados entre dois blocos de madeira, pouco depois da meia-noite daquele mesmo dia, Paulo não estava mais na cela, mas na casa do carcereiro, à mesa, tomando uma gostosa refeição, depois de ter suas costas ensangüentadas lavadas pelo próprio hospedeiro (não mais seu carcereiro). O apóstolo ficou detido dois anos em Cesaréia (At 24.27) e mais dois anos na primeira prisão em Roma. Em Roma, Paulo permaneceu numa prisão domiciliar, sob a guarda de apenas um soldado. Nessa casa alugada, entre 60 e 62 depois de Cristo, Paulo escreveu as chamadas Cartas da Prisão (Efésios, Filipenses e Colossenses) e “pregava o reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo abertamente e sem impedimento algum” (At 28.31).

Acredita-se que Paulo teria sido preso mais uma vez em Roma, “como criminoso”, não numa casa alugada, mas na prisão Mamertima, próxima ao Fórum, pouco antes de ser executado, talvez em 68 depois de Cristo. Dessa casa de detenção, ele teria escrito a Segunda Epístola a Timóteo. Como não conseguia ficar calado quanto às boas novas, Paulo, em suas prisões, evangelizou carcereiros, militares, guardas (os atuais agentes penitenciários) e presos, como o carcereiro de Filipos e o escravo Onésimo (At 16.29-31; Fm 10).

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