Humanidade em desespero.
Japão teve cerca de 30 mil suicídios em 2005.
(Por George Nishiyama)
TÓQUIO (Reuters) - O número de suicídios no Japão pode ter ultrapassado os 30 mil pelo oitavo ano consecutivo em 2005, e analistas dizem que um aumento na disparidade de renda é parcialmente responsável pela alta taxa de mortes voluntárias no país.
Houve 28.240 casos de suicídio no período entre janeiro e novembro do ano passado, afirmou uma autoridade do Ministério da Saúde nesta quarta-feira -- o que provavelmente significa que o número levantando separadamente pela polícia e usado pelo governo como cifra oficial alcançará os 30 mil.
O número de suicídios aumentou em 1998 durante uma crise econômica e, desde então, vem excedendo as 30 mil mortes por ano.
"Grande parte dos suicídios, desde 1998, é constituída por homens de meia idade ou mais velhos, que foram demitidos ou fracassaram em seus negócios", disse Masahiro Yamada, professor da Universidade Tóquio Gakugei.
Em 2004, houve 32.325 suicídios no Japão, ou 25,3 casos a cada 100 mil pessoas, de acordo com dados do governo. Mais de dois terços dos casos eram de homens e problemas de saúde eram a causa mais comum, sendo o segundo principal motivo problemas econômicos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de suicídios no Japão era de 24,1 a cada 100 mil pessoas em 2000 -- a segunda maior do G8 (grupo dos oito países mais industrializados), ficando atrás apenas da Rússia, cujo índice é de 39,4. As taxas de outros países membros do G8 incluem 18,4 para a França e 10,4 para os Estados Unidos.
De acordo com Yamada, a disparidade de renda no Japão aumentou recentemente, após um colapso da rede tradicional de segurança da sociedade -- como empregos vitalícios. Yamada acredita que um crescimento do risco de sair da classe média está por trás da alta taxa de suicídios.
Ele disse que orientação psicológica e terapia não impediriam suicídios induzidos por tais temores.
Em uma tentativa de diminuir o número de mortes para os níveis anteriores a 1998, o governo revelou um pacote de medidas em dezembro. Mas as medidas abrangiam sobretudo aconselhamento psicológico e a construção de mais grades em plataformas de trem para impedir que as pessoas pulassem na frente dos trens -- um método comum de suicídio no Japão -- bem como tentativas de limitar o acesso à páginas de Internet que estimulem o suicídio.
Não existem tabus religiosos ao suicídio no Japão e há tempos tirar a própria vida tem sido uma forma de escapar do fracasso ou de salvar entes amados da vergonha ou de privações financeiras.
Especialistas dizem que se as seguradoras japonesas parassem de pagar seguro de vida em casos de suicídio, a porcentagem dos casos provocados por problemas econômicos cairia drasticamente.
Nos últimos anos, um número crescente de japoneses morreu em suicídios grupais depois de reuniões intermediadas em páginas da Internet que estimulam o suicídio. A polícia diz que o número de pessoas mortas nesse tipo de pacto chegou a 54 em 2004, depois de 34 casos em 2003.
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