Vozes.
Vozes.
(Ricardo Gondim)
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz”. – Jesus de Nazaré.
Há muito meus ouvidos se fizeram surdos;
não distingo o imperceptível som de tua voz.
Peço-te que só mais uma vez fales “Efatá”
e se abrirão os meus ouvidos.
Quero ouvir teu chamado
para seguir a imponderável senda dos profetas
que mesmo debaixo de chuva de granizo,
defendem a viúva e o órfão.
Quero saber ouvir tua voz de dentro
das delegacias sujas,
dos manicômios de muros altos
das enfermarias esquecidas.
Quero ouvir teu lamento
sobre as nações
que rejeitam os pacificadores,
que apedrejam os esfomeados de justiça,
que se esquecem de abrigar o estrangeiro.
Quero ouvir teus conselhos
sobre os perigos da riqueza,
sobre os religiosos que guardam a letra
como ortodoxolatria,
sobre a estupidez de ganhar o mundo
e deixar a alma entrevada.
Quero ouvir tuas histórias
sobre aquele homem bondoso
com um desconhecido caído na calçada
sobre aquele Pai que esperava no alpendre
seu filho cansado da orgia,
sobre aquele anfitrião que catou
os menos nobres para seu banquete.
Quero ouvir tua advertência
de que teus filhos não são poupados
das inclemências do mundo,
não desceste para estar conosco numa redoma.
Quero ouvir tua promessa
de que estarás ao nosso lado
em toda circunstância até que tudo termine,
de que enviarás teu Espírito que será
um leal conselheiros na verdade.
Quero ouvir teu sussurro
me confortando de que falta muito pouco
para festejarmos numa grande festa
para dançar e beber vinho de qualidade.
Se tuas ovelhas percebem tua voz,
quero, mais do que tudo,
que fales e responderei:
Teu Servo ouve.
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